O que fez uma criação para o teatro passar quase despercebida quando lançada em livro e, décadas depois, ser louvada como um grande acontecimento da arte teatral na ocasião de sua primeira encenação? Esse livro tenta percorrer os corredores que envolvem a produção e publicação de O rei da vela por Oswald de Andrade, em 1937, bem como sua primeira encenação, em 1967, pelo Teatro Oficina de José Celso Martinez Corrêa. A partir de pesquisas em acervos de jornais e levantamento bibliográfico, algumas questões que envolvem o chamado teatro brasileiro moderno são aqui abordadas: as transformações nos critérios de valoração artística; a inclusão ou exclusão das estéticas provenientes de espetáculos populares; a relação contrastante e preconceituosa entre arte considerada séria e outra para rir; as diferentes recepções despertadas pelas criações de Oswald de Andrade ao longo das décadas; a ascensão do trabalho do diretor de teatro e o redimensionamento do espaço da dramaturgia nas encenações